Ao falar desse tema logo me recordo das belíssimas palavras desse querido Santo de nossa Igreja São Francisco de Assis. Estando Francisco em seu leito de morte com seus irmãos fraternos e mais o médico que o assistia, lhes disse: “Bem vinda sejas, irmã minha, a morte! Enquanto os irmãos choravam Francisco ainda disse ao médico: “Para mim a morte, é a porta para a vida uma vez que ela é a condição para viver eternamente”. Para esse grande Santo que viveu profundamente os mistérios de Cristo em sua vida a morte antes de ser um dragão voraz que aniquila a vida era a forma de alcançar a vida em sua plenitude uma vez que estar com o Senhor portador da vida é alcançar a vida eterna (cf. Fl 1, 21-23; 2Tm 2,11).
A morte é uma realidade absoluta em nossa vida da qual homem algum pode escapar, apesar de tentarmos inutilmente esquivarmos de tal realidade. A morte não é tão somente uma mensageira de fatalidade, repelente ou intrusa, mas como São Francisco dizia é uma criatura também nascida de Deus (cf. Jo 12,24; Rm 5,19-21). A palavra final de Deus não foi à morte, mas muito pelo contrário foi a vida, vida essa que alcança sua plenitude em Cristo Jesus porque o homem não é um ser-para-a-morte, mas um ser-para-a-vida, sendo que essa dimensão somente pode ser reconhecida em Cristo uma vez que nos conscientizamos que a nossa verdadeira morada é ao lado do Senhor como cidadãos do céu que somos (cf. Jo 14, 2-3).
“Hoje vemos como por um espelho, confusamente, mas então veremos face a face”. (1Cor 13,12).
Paz e bem,
Marcelo Parizotto